Sem identificação, internos agredidos em abrigo têm fotos divulgadas

Anônimo | 11:39:00 | 0 comentários


Cinco internos dos abrigos para idosos e deficientes fechados após denúncias de maus-tratos, em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, permanecem sem identificação. Por isso, a Justiça autorizou a prefeitura da cidade, responsável pelos pacientes, a divulgar fotos deles, com o objetivo de localizar os parentes.

Segundo a administração municipal, são dois homens e três mulheres que não possuem documentos e não sabem indicar contatos de familiares. Na tentativa de encontrar algum responsável, prefeitura divulgou fotos de quatro deles, que são mantidos em um abrigo na cidade. Já a quinta pessoa segue internada em um hospital na cidade e não teve a imagem publicada.

“Esses internos estão sob a nossa custódia provisória e contamos com a população para que elas identifiquem essas pessoas e nos ajudem a localizar os parentes, para que eles possam resgatá-los”, explicou o secretário de Comunicação de Águas Lindas de Goiás, Marcos Marques. Outras 44 pessoas que estavam nos abrigos já foram identificadas e levadas para casa por familiares ou encaminhadas para outras instituições.

O caso começou a ser investigado pela Polícia Civil após denúncias de vizinhos dos abrigos, que registraram imagens de funcionários agredindo os internos. Em um dos vídeos, um idoso aparece com as mãos e pés amarrados na cadeira de rodas. Outra gravação mostra uma funcionária batendo com um pedaço de madeira nas costas de um paciente, que está nu e grita pedindo que ela pare.

Em 3 de julho, uma funcionária de 36 anos foi presa suspeita pelas agressões. Depois, no dia 7 do mesmo mês, o dono dos estabelecimentos, que eram unidades para idosos, deficientes e dependentes químicos, e outros quatro empregados também acabaram detidos.

O delegado responsável pelo caso, Ricardo Pereira, explicou ao G1, que três empregados foram indiciados por tortura na modalidade castigo. Já o dono, a coordenadora e uma técnica de enfermagem foram enquadrados na modalidade omissão.

Interdição

Após a divulgação dos vídeos de tortura, a juíza Célia Regina Lara realizou, em 4 de julho, uma inspeção judicial para dar cumprimento à decisão de interdição dos abrigos, que havia sido expedida em 2009. Mesmo com a ordem judicial, o abrigo continuava aberto porque havia mudado de endereço e, na época, os oficiais o encontraram desativado.

A juíza determinou que a prefeitura de Águas Lindas de Goiás ficasse responsável provisoriamente pelas quatro unidades até que os internos fossem entregues às famílias. Desde então, os abrigos destinados a dependentes químicos foram fechados. Apenas um, onde os pacientes seguem abrigados, permanece aberto.

Fundados há 14 anos, os abrigos não possuíam alvará de funcionamento. Em 2011, a Prefeitura de Águas Lindas de Goiás notificou os responsáveis pelos locais sobre a irregularidade, mas os estabelecimentos continuaram abertos de forma clandestina.


Entenda todo o caso.

Fonte: G1 / TV Anhanguera
Fotos: TV CMN

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