Adolescente é assassinado com tiro no peito
Em choque. Assim estão os amigos e familiares de Nathan Damasceno Gonçalves, 17 anos, morto nesta segunda-feira (22), por volta de meio dia. O adolescente foi assassinado com um tiro no peito, em frente ao lote 13, no módulo 5, do Residencial Santa Maria, localizado no Céu Azul, bairro do Novo Gama, Região Metropolitana do Distrito Federal. O menino perdeu a vida após se recusar a entregar a bicicleta ao criminoso.
Segundo testemunhas, Nathan pedalava na rua quando foi abordado por um homem armado. Ao recusar entregar a bicicleta (seu passatempo favorito), o suspeito fez um único disparo e fugiu. A equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada, mas o adolescente não resistiu ao ferimento e morreu no local.
Nathan era o caçula dos três filhos de Miriam Xavier Damasceno e Antônio Damasceno. Segundo uma amiga do garoto, na saída da escola, antes de ir para casa, ele costumava passear de bicicleta pelas ruas do bairro. “A bike era a paixão dele. Ele cuidava dela com o maior carinho. Morria de ciúmes e não emprestava pra ninguém. Uma vez ele deixou eu dar uma volta, mas só uma vez. Ele preferiu perder a vida do que perder a sua diversão”, relatou Jaqueline Carvalho, 16 anos.
Esse amor por bicicleta foi confirmado pela mãe. Ela contou que recebeu a notícia da morte do filho enquanto trabalhava. “Ligaram no meu serviço, perguntaram se eu era a mãe do Nathan e me falaram que ele tinha sido morto”, lamentou. Quando soube que o motivo que tirou a vida do filho teria sido a bicicleta, a mulher comentou: “Ele lavava e secava todos os dias essa bicicleta. Realmente ele gostava muito. Uma vez até disse pra ele deixar logo em cima da cama e dormir com ela”.
Para Miriam que trabalha em um shopping no Valparaíso (GO), o filho era motivo de orgulho. “Meu filho nunca me deu nenhum tipo de problema, não tinha inimizades e nunca se envolveu com nada errado. Era um menino que ia de casa para a escola e cheio de sonhos e planos”, lembrou. Nathan faria dezoito anos em fevereiro de 2017. Tinha vontade de se alistar no Exército para comprar um carro, outra de suas paixões.
Bom filho e aluno exemplar
Na rua onde o garoto morava os vizinhos estavam incrédulos. Todos foram unânimes em dizer que o adolescente era tímido, caseiro e tranquilo. Para a mãe de Nathan, o filho era motivo de orgulho. “Ele era um menino que toda mãe gostaria de ter. Sempre zeloso e cuidadoso dentro de casa, ia na igreja e não tinha muitas amizades. Nem sei como vou tocar minha vida sem meu menino. Peço a Deus força e que quem tirou a vida do meu filho pague. Só quero justiça”, disse emocionada.
Jardson Douglas, 21 anos, era amigo da vítima. Ele disse que no fim do dia, os dois tinham o costume de ficar na calçada conversando. “Estávamos sempre juntos, ele era meu amigo de infância. Falávamos dos assuntos da igreja, computador e também dos sonhos que ele tinha. Apesar da timidez, entre os amigos ele era mais solto”, afirmou.
Um tio do garoto esteve no local do crime. Antenor João da Silva, 64 anos, também comentou sobre a personalidade do menino. “Era um garoto na dele, gostava de coisas normais de adolescente: bicicleta, carro, vídeo game, mas nunca soube de nenhum envolvimento dele em confusão”, alegou o motorista.
Na escola de Nathan ele também era exemplo. O garoto era conhecido pelo bom comportamento e relação com professores, alunos e direção. A inteligência era a virtude mais admirada pelo corpo docente. Uma funcionária da escola que não quis se identificar relatou que o garoto era muito querido. “Ele tinha um potencial admirável, era um dos nossos melhores alunos, muito amado pelos colegas, professores e direção”, relatou.
O adolescente era estudante do 9º ano. A mãe contou que por motivos familiares com mudança de endereço, o garoto acabou reprovando duas vezes o ano escolar. Na escola a principal lembrança que Nathan irá deixar é a participação em um projeto de reciclagem do município. “Ele ajudou a desenvolver um robô com materiais recicláveis. Ficamos em 3º lugar. A notícia abalou a todos. Ele veio à escola de manhã como todos os dias. Foram liberados as 11 horas devido a ausência de um professor. Pouco depois soubemos o que ocorreu”, complementou.
Polícia investiga
Inicialmente, o crime era tratado como latrocínio – roubo seguido de morte – mas, em virtude do bem não ter sido levado da vítima e o depoimento de testemunhas, a polícia trabalha com a hipótese de homicídio. “A equipe continua com as investigações. Temos um suspeito mas, não sabemos o que pode ter motivado o crime. As investigações preliminares apontam para o homicídio. Caso seja confirmado repassaremos as investigações para a Divisão responsável”, relatou o Delegado-Interino da 1ª Delegacia de Polícia de Valparaíso de Goiás, Pedro Trajano.
Fonte: Jornal de Brasília | Distrito Federal
Fotos: WhatsApp
Categoria: Policial
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